Diversidade: Ampliar e fortalecer relações de proximidade, amizade e confiança com grupos e minorias vítimas de intolerância.

 O conceito de diversidade é definido em qualquer dicionário como “substantivo feminino que caracteriza tudo aquilo que é diverso, que tem multiplicidade,” é tudo aquilo que apresenta pluralidade e que não é homogêneo.

Diversidade é um tema cada vez mais recorrente na atualidade. Está presente em todas as esferas da vida: diversidade étnica, diversidade cultural, diversidade religiosa, diversidade social, diversidade profissional, etc. Não é possível pensar a vida, tudo o que existe, sem considerar a diversidade. Pensemos por um instante na realidade encantadora do universo: os astros, planetas, galáxias, estrelas, todos se relacionam e se harmonizam na grande diversidade cósmica; do mesmo modo, observemos a beleza estupenda da Criação: rios, mares, matas, florestas, animais selvagens, animais domésticos, o dia, a noite, etc. etc. A diversidade de tudo o que existe ainda não é conhecida pelo homem.

O próprio Deus assume a diversidade como algo que é seu através da qual Ele se manifesta a nós. Toda a criação, e tudo o que nela existe, testemunha que o amor divino é único, mas se manifesta de formas diversas na natureza e nas pessoas.

No contexto da fé cristã, o livro dos Atos dos Apóstolos, lembra que a primeira manifestação do Espirito Santo de Deus aos discípulos de Jesus, foi torná – los capazes de se comunicarem com pessoas de diferentes idiomas e formarem uma unidade a partir da diversidade cultural e étnica (At. 2). Também na Carta de Paulo aos Coríntios, vemos que uma das maiores evidências da diversidade na igreja está na questão dos dons espirituais (I cor. 12). Por muito tempo, as igrejas cristãs pensaram que a proposta de Deus da unidade excluía a quaisquer diferenças entre elas. Todos tinham de pensar igual, agir na mesma linha, celebrar a fé de um mesmo modo. Porém, como já no século III advertia o bispo Cipriano de Cartago: “A unidade acaba com as divisões, mas respeita as diferenças.” Unidade não é uniformidade.

No contexto social e cultural, diversidade é justamente isso: a convivência harmoniosa, respeitosa, fraterna em um mesmo espaço de pessoas diferentes em termos de etnia, cultura, religião, gênero, classe, orientação sexual, etc. São essas diferenças que enriquecem a cada um e a sociedade inteira. Portanto, essas diferenças não podem jamais serem vistas como melhores ou piores. Não pode existir nenhuma hierarquia. Todas são igualmente importantes e devem ser respeitadas da mesma maneira. Essa consciência é essencial, pois respeitar essa pluralidade é condição imprescindível para que possamos criar novas relações, um mundo em que todos tenham lugar e dignidade garantidos.

Infelizmente não vemos toda essa diversidade sendo valorizada como deveria e usada a favor da justiça e da igualdade. O que acontece é o contrário. O que não faltam são dados para evidenciar isso: o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo quando o assunto é a distribuição de renda; apesar de ser a maioria preta e parda é menorizada pela sociedade; as mulheres ainda ganham menos que os homens exercendo as mesmas funções; nosso país apresenta um dos maiores índices de violência e mortes de membros da comunidade LGBT.

Quando, em nome do lucro, os proprietários de terra fazem monocultura e transformam imensas paisagens de terra em plantações de eucalipto, cana de açúcar, soja ou pior ainda, de pasto para o gado, é a própria vida que é ameaçada. O agronegócio troca a vida para todos pelo lucro para poucos.

O dia 21 de maio foi definido pela ONU como o Dia Mundial Das Diversidades Culturais E Humanas, justamente para incentivar a tolerância, o respeito, a empatia por aqueles que são, pensam, vivem, diferente de nós e, manifestações como a xenofobia, homofobia, o racismo e, todo tipo de intolerância possam ser superadas definitivamente.