“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas.” (Ap. 2,7)

Essa expressão acima aparece repetidas vezes nos primeiros capítulos do livro do Apocalipse. No texto, é o próprio Senhor quem adverte às sete Igrejas para que escutem àquilo que o Espírito está lhes dizendo.

Em uma de suas últimas catequeses, o Papa Francisco recordava que, como escreveu na Evangelli Gaudium, “o Espírito é o protagonista de toda a vida e missão da Igreja. Ele sempre precede os missionários e faz brotar os frutos. Essa consciência nos consola muito! E ajuda-nos a esclarecer outra, igualmente decisiva: isto é, que no seu zelo apostólico a Igreja não anuncia a si mesma, mas uma graça, um dom, e o Espírito Santo é precisamente o Dom de Deus.” Ainda, segundo o Papa, “o Senhor não nos deixou folhetos teológicos ou um manual de pastoral para aplicar, mas o Espirito Santo que inspira a missão. E a desenvoltura corajosa que o Espirito infunde leva-nos a imitar o seu estilo, que tem sempre duas características, a criatividade e a simplicidade.”

Nos próximos dias, precisamente a partir do dia sete, o Colégio dos Cardeais, reunido no Vaticano, iniciará o Conclave para a escolha e eleição daquele que deverá suceder ao Papa Francisco, falecido no último dia 21 de abril. Conforme temos visto nos meios de comunicação e nas diferentes redes sociais, são grandes as especulações sobre quem será o próximo Pontífice: um europeu, africano, asiático, mais um latino-americano, desta vez, um brasileiro? Um conservador, um moderado, um progressista? Levará ou não em frente as reformas iniciadas pelo Papa Francisco?

Não devemos nos impressionar com tudo que estão dizendo. Muitos desses, às vezes, querem só fazer barulho. Para nós, não importa quem será, importa sim que seja quem for, seja capaz de conduzir a Igreja de tal forma que ela, anunciando o Reino, esteja o mais próximo possível daquilo que foi a vida de Jesus em sua fidelidade ao Pai e no seu amor aos últimos da História. Por isso, nestes dias que antecedem ao Conclave, sejamos unânimes na oração, pedindo a Deus para que os senhores Cardeais no Vaticano estejam atentos e ouçam o que o Espírito está lhes dizendo.

Fraternalmente,

Pe. Ademir Andrade.

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