Lidar com a população de rua é um trabalho árduo, e isso acredito que já tiramos de letra.

Porém existe também o lado bonito, que é quando através de nossa ajuda alguém faz a opção pela mudança. É muito gostoso acompanhar a transformação de uma pessoa dia após dia. Em alguns casos, as pessoas nos chegam quase que desfiguradas, irreconhecíveis, o consumo das drogas e as dificuldades da rua destroem as pessoas de uma forma cruel, por vezes olhamos, e interiormente pensamos: “meu Deus não há mais o que se fazer por essa pessoa”. Contudo nós acreditamos que para Deus nada é impossível e realmente não é. A pessoa quando se dá a oportunidade de mudar, nós a ajudamos e direcionamos no que nos é possível e vamos a fundo nessa batalha. Nos primeiros dias a mudança é mínima, mas depois de 30 dias, tendo uma alimentação adequada, banho todos os dias, noites bem dormidas e o mais importante, permanecendo longe do uso das substâncias as quais os destroem, começamos a ver as mudanças acontecerem. Quando essa pessoa começa a se olhar no espelho e volta a ver o rosto limpo, cresce dentro dela auto estima, ela começa a se preocupar com a aparência e isso é notado por todos, e nossas voluntárias são parte importante nessa mudança, pois elas veem, conversam, conhecem a história, começam a trazer mimos, como cremes, perfumes, maquiagem, uma roupa mais bonitinha, adereços…

Tudo coopera para um incentivo a permanecer na luta de ficar bem, porque vem as crises de abstinência do uso, isso causa depressão é uma fase bem complicada, porque poucos entendem essa fase, a fala é sempre a mesma. Tem tudo, porque não fica bem? 

É nesse momento em que mais se precisa de ajuda e atenção, para que não se perca o que foi construído até então.

Aqui na casa Madre nós buscamos parcerias para dar continuidade a essas conquistas, levando-os ao médico, dentista, providenciando documentação, tudo o que for necessário para que essa vida não se perca.